Veja a cronologia dos ataques do PCC em 2006 em São Paulo
O Estado de S. Paulo
27 Julho 2015 | 03h 00
Atentados alteraram a rotina da maior cidade do País naquele ano e resultaram em mortes de policiais e de supostos criminosos
11 de maio de 2006:
Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC é
transferido do presídio de Avaré para Presidente Venceslau. Outros 700
criminosos ligados à facção também são transferidos de unidade. O
governo anuncia ter descoberto um plano do grupo, que realizaria uma
onda de rebeliões no final de semana seguinte, durante o Dia das Mães.
Relacionadas
13 de maio:
30 pessoas morrem e 25 ficam feridas em uma sequência de 64 atentados,
cometidos entre a noite do dia 12 e a tarde do dia 13, contra policiais,
guarda civis e agentes prisionais. Quarteis, delegacias e bases da
polícia também se transformam em alvos de tiros. Os ataques se
concentram na Grande São Paulo, mas também há registros no interior e
litoral. Simultaneamente, o Estado começa a enfrentar uma megarrebelião
em presídios. Estima-se que 24.472 detentos de 24 unidades integrem o
movimento, tendo feito 129 reféns. A polícia prende 17 suspeitos e
convoca todo seu efetivo para reforço de patrulhamento.
14 de maio: Os ataques ganham força. Oito
ônibus são incendiados e número de ataques atribuídos ao PCC sobe para
103, com 72 mortes e 27 feridos. Rebeliões em presídios passam a ocorrer
em 69 das 105 unidades de regime fechado, com 300 reféns. Governo
estadual parte para o contra-ataque e anuncia a morte de 19 supostos
criminosos entre os dias 13 e 14.
15 de maio: São Paulo vive uma segunda-feira
de pânico com serviços de transporte interrompidos, prejudicando a
rotina de cinco milhões de pessoas. Em 24 horas, 51 ônibus são atacados e
incendiados. Comércio e bancos fecham as portas mais cedo, escolas e
faculdades suspendem aulas, enquanto número de atentados atinge 150
casos, com 96 mortes e 55 feridos. O medo é acompanhado por onda de
boatos, que levou a polícia a esvaziar o aeroporto de Congonhas por
suspeita de bomba. À noite, após 73 horas, governo anuncia fim das
rebeliões em todas as unidades prisionais. A administração estadual não
confirma acordo oficial com Marcola.
16 de maio: Capital tem dia de relativa
calmaria, com registro de dois ataques a ônibus. Secretaria da
Administração Penitenciária atende a pedido de presos e compra 60
aparelhos de televisão para as áreas comuns dos presídios, uma das
condições para que a paz continuasse no Estado. PCC divulga manifesto em
que critica a transferência de detentos realizada na “calada da
madrugada”, que foi classificada como “atitude egoísta do governo e de
autoridades que visam apenas seus próprios sucessos políticos”.
17 de maio:
Descoberto compra de cópia de depoimento de diretor do Deic, da Polícia
Civil de São Paulo, Godofredo Bittencourt Filho, pelo PCC por R$ 200. O
delegado concedeu informações em sessão fechada na Câmara dos Deputados
em que dizia ter conhecimento de planos de ataques da facção em maio.
Informação obtida de maneira ilegal teria possibilitado que grupo
criminoso antecipasse e planejasse melhor os ataques.
19 de maio: Antenas de redes de celular são
desligadas em regiões de seis presídios do Estado. Governo aperta o
cerco ao PCC. Entidades pedem apuração de excessos por parte da Polícia
Militar em operações que deixaram mortos em reação aos ataques da
facção.
Acessado e disponível na Internet em 27/07/2015 no endereço -
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,veja-a-cronologia-dos-ataques-do-pcc-em-2006,1732401