MENSAGEM

"Eu não recearia muito as más leis se elas fossem aplicadas por bons juízes. Não há texto de lei que não deixe campo à interpretação. A lei é morta. O magistrado vivo. É uma grande vantagem que ele tem sobre ela" - Anatole France

segunda-feira, 6 de março de 2017

Juiz que combateu máfia siciliana diz que Brasil precisa de Polícia Judiciária independente


Juiz que combateu máfia siciliana diz que Brasil precisa de Polícia Judiciária independente

27/11/2011 - 10h40
Bruno Bocchini

Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O juiz Roberto Scarpinato foi um dos principais magistrados da Itália no combate às organizações mafiosas. Atuou nos anos 1980 e 1990 ao lado do magistrado Giovanni Falcone, morto no ano de 1992, em atentado da máfia siciliana. Ele participou da Operação Mãos Limpas, que debilitou a máfia italiana e fez entrar em colapso um esquema de fraudes no sistema partidário do país. Também foi o responsável pela sentença dada a Giulio Andreotti, sete vezes primeiro ministro da Itália, condenado a 24 anos de prisão por cumplicidade com a máfia.
Protegido por seguranças, Roberto Scarpinato esteve em São Paulo na última semana. Em entrevista à Agência Brasil, falou sobre seu trabalho no combate ao crime organizado e sobre a “vitória” da Itália contra a máfia. Ele destacou como principal fator de sucesso contra os mafiosos, diferentemente do que ocorre no Brasil, a atuação de uma Polícia Judiciária independente, controlada pelo Judiciário, e não pelo Executivo.
“O grande sucesso da Itália é que a magistratura do Ministério Público, além da independência, tem todo o controle da atividade policial. E tem a possibilidade de investigar e de buscar as autorias e a materialidade dos crimes independentemente”, disse.
No Brasil, as atribuições de Polícia Judiciária são da competência das polícias Civil, subordinadas ao Poder Executivo dos estados, e da Federal, comandada pelo Executivo Federal.
Fatores importantes no combate ao crime organizado, de acordo com Scarpinato, foram também a criação de um corpo de magistrados e de uma polícia altamente especializados em organizações criminosas do tipo máfia, assim como a elaboração de uma legislação apropriada para enfrentar o fenômeno mafioso.
“Não se pode combater o crime organizado com as mesmas leis e as mesmas regras que valem para uma associação deliquencial simples, como quadrilhas e bandos, por exemplo. Para se combater um cancro, não se pode usar o mesmo remédio para se combater um problema estomacal comum”, comparou.
Há um artigo específico na legislação italiana para associações criminosas, de matriz mafiosa. A pena mínima é 20 anos de prisão. O regime de detenção de membros do crime organizado na Itália também é diferenciado. Segundo o magistrado, não há visitas íntimas e o contato com o mundo exterior ao presídio é reduzido. Todas as conversas entre presos e visitas, com exceção dos diálogos com os advogados, são gravadas. “Não bastava só condenar um mafioso à privação de liberdade. Um membro de uma organização mafiosa potente continuaria a enviar mensagens à sua organização de modo a continuar a comandar o crime”.
Scarpinato destacou ainda a atuação da sociedade civil no combate ao crime organizado na Itália. O magistrado exemplifica que a Associação Comercial italiana passou a excluir dos seus quadros os empresários que não denunciam a máfia, e pagam as taxas exigidas para a proteção mafiosa.
Também a opinião pública, de acordo com o juiz, teve papel fundamental para pressionar o governo italiano a não deixar sem proteção os magistrados que combatem o crime organizado. “O ministro do Interior do governo anterior, que é o ministro da Segurança Pública, preparou um ato para tirar a escolta de alguns juizes. Houve grande pressão em contrário da opinião da pública, e ele teve que mudar de posição. O povo se revoltaria e não aceitaria nunca, e faria pressões ao saber que um magistrado ficou sem escolta. Um crime como o da juíza Patrícia Acioli seria inaceitável hoje na Itália”, disse. O assassinato de autoria do crime organizado ocorreu na noite do dia 11 de agosto. A juíza foi executada a tiros em frente ao condomínio onde morava, em Niterói, Rio de Janeiro.

Edição: Fernando Fraga

Acessado e disponível na Internet em 05/03/2017 no endereço 
http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2011-11-27/juiz-que-combateu-mafia-siciliana-diz-que-brasil-precisa-de-policia-judiciaria-independente

Polícia Civil de São Paulo alerta população para o sucateamento da corporação

no ar 12:54

Estadão Esporte Clube

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Polícia Civil de São Paulo alerta população para o sucateamento da corporação

A reportagem é de Marcel Naves.

Acessado e disponível na Internet em 05/03/2017 no endereço

http://radio.estadao.com.br/audios/detalhe/radio-estadao,policia-civil-de-sao-paulo-alerta-populacao-para-o-sucateamento-da-corporacao,146516

Sucateamento da Polícia Civil no Estado de S. Paulo

Campanha contra o sucateamento da Polícia Civil do Estado de São Paulo​, encabeçada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo​, é tema de ampla reportagem do jornalista Alexandre Hisayasu​, no Estado de São Paulo​ desta quinta-feira (2/3/2017).
Na matéria, é possível constatar o abandono da polícia investigativa paulista.
Confira
Ajude a Polícia Civil SP​ a trabalhar contra a impunidade. Assine nossa Petição Pública
#SindpespemAção #DelegadosemAção #PoliciaCivilXImpunidade












Com déficit na Polícia Civil, 40% das cidades de SP não têm delegado titular

Com déficit na Polícia Civil, 40% das cidades de SP não têm delegado titular


 
São Paulo - Dos 645 municípios paulistas, 256 (40%) não têm delegados titulares. No interior, cada um deles responde por até quatro municípios simultaneamente e convive com a falta de investigadores e escrivães. Na capital, dos 93 distritos policiais, menos de um terço (27) funciona 24 horas por dia - em 2009 todos ficavam abertos -, e grupos de elite especializados reduziram o efetivo. Os dados são do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo (Sindpesp), que afirma que a Polícia Civil, hoje com 26 mil agentes e déficit de 9 mil cargos, passa por um processo de "sucateamento"."A Polícia Civil vive uma situação de desmonte. Com um efetivo muito abaixo do mínimo razoável, a qualidade de investigação e de atendimento à população caem. Isso sem considerar que muitas delegacias estão sucateadas, sem condições de trabalho. Com 1,8 mil aposentadorias pedidas para este ano, outras 3,2 mil que serão solicitadas e sem reposição, a tendência é piorar", disse a delegada Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindesp.
Uma semana após o jornal O Estado de S. Paulo ter questionado a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo sobre os dados, o secretário Mágino Alves se reuniu na quarta-feira, 1º, com representantes do sindicato. E prometeu estudar a possibilidade de contratar os cerca de 2,3 mil policiais que passaram nos concursos e não foram convocados e reajustar os salários no meio do ano.
Raquel está visitando as 70 delegacias seccionais de São Paulo para traçar uma radiografia exata do problema que ela chama de "sucateamento da Polícia Civil". Há cerca de dez dias, o jornal O Estado de S. Paulo acompanhou a delegada em reuniões nas seccionais de Andradina, Araçatuba e Adamantina, no oeste do Estado. A reportagem também percorreu os DPs subordinados.
Em Guaraçaí, havia apenas um auxiliar administrativo para atender a população. "Se acontecer algum fato grave, eu ligo para o delegado. Ele não está aqui porque dá plantão em Mirandópolis (a 25 km dali)", explicou o auxiliar. Segundo ele, o escrivão folgava após ter ficado praticamente 24 horas finalizando uma prisão em flagrante, a única investigadora estava de licença-prêmio e o carcereiro escoltava um preso em audiência. "Tínhamos outros dois investigadores, mas ele se aposentaram e não mandaram ninguém", disse.
Na cidade de Lavínia, a delegacia estava vazia. A reportagem entrou e viu as salas do delegado, de investigadores e escrivães trancadas, bem como a porta que dá acesso à carceragem. Era por volta das 14 horas e ninguém apareceu durante 30 minutos. Em Val Paraíso, a única policial que estava na delegacia informou que o delegado fazia plantão em Guararapes, a cerca de 30 km dali, e os dois investigadores pediram aposentadoria.
Havia apenas um policial na rua, fazendo escolta de preso. Segundo ela, o distrito apresenta muitas ocorrências de tráfico de drogas por causa da penitenciária localizada na cidade.
Segundo Raquel, policiais civis se aposentam, mas o governo não repõe as vagas. "A nossa polícia está envelhecida: 44% dos delegados titulares têm mais de 50 anos e apenas 3% dos policiais civis, menos de 30. É difícil alguém com boa formação jurídica aceitar receber um salário de R$ 10.050."
Espera. Em Alumínio, o caminhoneiro Richard Alexandre da Costa, de 40 anos, esperou 12 dias pelo registro de uma ocorrência de lesão corporal e danos em que figura como testemunha. O fato, um desentendimento em um pátio de caminhoneiros, aconteceu em 10 de fevereiro e apenas no dia 22 ele conseguiu a cópia do boletim. "Fui na delegacia antes, mas disseram que o documento não estava pronto." A cidade não tem delegado. A delegacia, que conta com escrivão e investigador, funciona em horário comercial e fecha aos fins de semana.
A delegada responsável por Alumínio, Fernanda Ueda, está em São Roque e atende também Mairinque. Quando a reportagem esteve na delegacia, duas pessoas esperavam para retirar documentos. Além do escrivão, havia duas funcionárias administrativas.
Moradores dizem que a cidade, de 16,8 mil habitantes, é pacata e os casos de violência são raros. "Aqui você dorme com a porta aberta, anda sozinha, faz compras e não acontece nada", contou Maria Judite de Jesus, de 75 anos.
Responsabilidade fiscal. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública divulgou nota em que informa que 3.688 policiais civis foram contratados desde 2011 e 442 agentes estão em formação na Academia da Polícia. Diz também que foram investidos R$ 241 milhões na compra de 3.641 viaturas. "A reportagem não pode ignorar o fato de o Brasil estar atravessando a pior crise econômica de que se tem notícia. E o Estado deve obedecer aos limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal." A secretaria não se pronunciou sobre o salário pago. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Acessado e disponível na Internet em 05/03/2017 no endereço
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2017/03/02/com-deficit-na-policia-civil-40-das-cidades-de-sp-nao-tem-delegado-titular.htm

Após ato contra sucateamento, secretário de Alckmin recebe policiais civis


protesto

Após ato contra sucateamento, secretário de Alckmin recebe policiais civis

Categoria acusa o governo do estado de "investir no caos quando se trata de segurança pública". Segundo o movimento, atualmente há um déficit de 14 mil policiais civis 
 
por Redação RBA publicado 21/09/2016 18h05 
 
São Paulo – Revoltados com o que definem de “sucateamento” da segurança pública, policiais civis realizaram hoje (21) um ato público contra o governo de Geraldo Alckmin. A manifestação teve início em frente ao Palácio da Polícia e culminou diante do prédio da Secretaria de Segurança Pública, onde os manifestantes exigiram ser recebidos pelo secretário Mágimo Barbosa Filho.
Na pauta do movimento batizado de SOS Segurança Pública, a nomeação dos candidatos aprovados nos últimos concursos públicos da polícia civil e da polícia técnica cientifica, além da abertura de novo concurso para todas as carreiras; a recomposição salarial e o cumprimento da lei que trata da aposentadoria especial da categoria, com integralidade e paridade de proventos.
“Chega de mentiras, queremos explicações”, afirmou, de cima do caminhão de som, o presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado (Sipesp), João Rebouças. Segundo ele, o sucateamento nas condições de trabalho tem impedido os policiais de investigarem e, como consequência, apenas 2% dos casos são esclarecidos.
O movimento afirma haver um déficit de cerca de 14 mil integrantes na corporação, somando todas as carreiras, além da redução do efetivo que, em 2006, era composto por 31 mil policiais e hoje tem 28 mil.
Ao final do ato, após alguma relutância, o secretário Mágimo Barbosa aceitou receber um representante de cada um dos sindicatos presentes. Ainda assim, a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Telemática Policial (Sintelpol), Gildete dos Santos, prometeu que o ato de hoje era apenas o primeiro de muitas manifestações. “Onde o governador estiver, também estaremos incomodando. Vamos estampar a cara dele em todas as manifestações”, afirmou.
 
Acessado e disponível na Internet em 05/03/2017 no endereço 
http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2016/09/policiais-civis-protestam-contra-o-governo-alckmin-em-movimento-unificado-de-sindicatos-9851.html