Megaoperação prende 2.616 pessoas no Estado
Segundo a Polícia Civil, objetivo da medida é reduzir as taxas de crimes contra o patrimônio; 6.975 policiais foram destacados para o trabalho
09 de novembro de 2013 | 2h 02
Bruno Paes Manso - O Estado de S.Paulo
Numa tentativa de conseguir derrubar as taxas de crimes
contra o patrimônio, que vêm crescendo mensalmente ao longo deste ano, a
Polícia Civil desencadeou na quinta-feira uma megaoperação que resultou
em 2.616 presos.
Segundo o delegado-geral Maurício Blazeck, a estratégia da polícia
foi cumprir de uma vez diversos mandados de prisão espalhados pelas
delegacias territoriais e das especializadas da Grande São Paulo e
interior que acusavam envolvidos com roubo e crime organizado. "Foi a
quinta megaoperação do ano, e outras vão ocorrer", disse o
delegado-geral.
Foram cumpridos 701 mandados de prisão criminal, mas também houve
prisões por mandados administrativos e outros 758 foram presos em
flagrante. Também foram apreendidos 326 adolescentes. Apesar do foco no
crime contra o patrimônio, a polícia conseguiu recolher 192 quilos de
drogas e 107 armas. Participaram da operação 6.975 homens e 2.578 carros
em todo o Estado.
Nos primeiros nove meses deste ano, enquanto os homicídios em São
Paulo seguiram tendência de queda, o roubo cresceu 7,8% na capital e
9,9% no Estado em relação ao mesmo período do ano passado.
Em setembro, tanto no Estado quanto na cidade de São Paulo a alta foi
de 17%. Tendência semelhante é observada no caso de roubo de carros.
Aumentou 9,9% em relação ao ano passado e 24,3% quando comparado com
2011.
As consequências são constatadas nos casos de latrocínio, que
cresceram 27,4% nos primeiros meses do ano, uma das principais
preocupações do governo. A Secretaria da Segurança avalia que cerca da
metade dos casos de latrocínio está ligada a roubos de carros.
Sintonias. A maior parte das detenções na megaoperação de
quinta-feira - perto de 60% dos presos - ocorreu no interior de São
Paulo. "Foram detidos integrantes de diversas quadrilhas, ligadas a
roubo a banco, caixas eletrônicos e sequestros", disse Blazeck.
Na capital e na Grande São Paulo, de acordo com a polícia, as buscas
se concentraram em integrantes ligados ao Primeiro Comando da Capital
(PCC). Apesar de não dar nomes, o delegado-geral afirmou que os alvos
foram os "sintonias", que, na estrutura da facção, são responsáveis pela
coordenação da movimentação do lado de fora da prisão.
Blazeck explicou que as buscas foram a etapa seguinte das prisões
ocorridas em São Bernardo em agosto deste ano. Numa operação conjunta em
três Estados, foram presas 28 pessoas, quatro delas consideradas da
facção.
A cidade da Grande São Paulo era o local onde ficavam os galpões onde
a droga, vinda do Paraguai pelo Mato Grosso do Sul, era armazenada
antes de ser distribuída para cerca de 1.500 pontos de varejo em São
Paulo, Minas e Nordeste. Na época, também foi apreendida a contabilidade
da facção e informações sobre a venda de drogas.
FONTE:
Acessado e disponível na Internet em 09/11/2013 no endereço -
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,megaoperacao-prende-2616-pessoas-no-estado-,1094748,0.htm