MENSAGEM

"Eu não recearia muito as más leis se elas fossem aplicadas por bons juízes. Não há texto de lei que não deixe campo à interpretação. A lei é morta. O magistrado vivo. É uma grande vantagem que ele tem sobre ela" - Anatole France

quinta-feira, 27 de março de 2014

Número de prisões em flagrante cai 11,2% em fevereiro em São Paulo

Número de prisões em flagrante cai 11,2% em fevereiro em São Paulo


O número de prisões em flagrante no Estado de São Paulo diminuiu 11,2% no mês passado na comparação com fevereiro de 2013. O dado é usado como um dos indicadores do esforço do governo no combate à criminalidade.
A queda ocorre no mesmo período em que o Estado registra recordes de roubos, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública.
Na capital, os roubos subiram 47,5% no mês passado, na comparação com fevereiro de 2013. No Estado, o aumento foi de 37,2%.

Editoria de Arte/Folhapress

No total, houve uma queda em 8 dos 13 indicadores da produtividade policial, como no número de ocorrências de tráfico de drogas, que caiu 20,1%, e de porte ilegal de armas, com diminuição de 6%.
Foram justamente esses pontos -prisões, drogas e armas- os citados anteontem pelo secretário Fernando Grella Vieira como o termômetro dos esforços das polícias.
"A polícia tem trabalhado, e bastante. Se não tivesse trabalhando, não teríamos recorde de prisão como tivemos no ano passado, com quase 169 mil pessoas presas, e a quantidade de drogas e de armas apreendidas", afirmou. "Este é um dado que mostra que os policiais estão trabalhando."
Ontem, a Secretaria da Segurança afirmou que a queda da produção policial ocorreu por causa do recorde de desempenho em 2013.
"No entanto, a quantidade de prisões é a segunda melhor marca da série histórica no Estado, lembrando que, na capital, a quantidade de prisões ainda é recorde, se levados em conta os dois primeiros meses do ano", diz trecho de nota.
De acordo com o governo, ainda é prematuro afirmar que há tendência de queda.

CAUSA

Para o ex-comandante da PM Alvaro Camilo, hoje vereador na capital pelo PSD, uma insatisfação em parte da tropa poderia explicar o aumento dos roubos e a queda na produção policial.
Entre os motivos desse descontentamento estariam a mudança da política salarial pelo governo, que desvinculou salários de delegados e de oficiais, e a falta de apoio do governo à PM após as críticas recebidas pela corporação durante os protestos.
"Lógico que as emergências a polícia nunca vai deixar de atender", disse.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Benedito Roberto Meira, afirma que os índices utilizados que medem a produtividade da corporação melhoraram de 2012 para 2013.
Para ele, uma análise baseada somente nos números de janeiro e fevereiro deste ano é "simplista" se não levar em conta o aumento da criminalidade por fatores que independem da PM, como a impunidade.
O número de presos em flagrante pela PM, índice usado para medir a produtividade, cresceu 14,4% de 2012 para 2013, chegando a 105.868. A apreensão de armas de fogo subiu 9,4% e o número de abordagens a pessoas suspeitas subiu 5,4% no período, atingindo 13,3 milhões de abordagens.
"Acho prematuro fazer qualquer análise [dos dados de janeiro e fevereiro de 2014]", diz, rechaçando sobretudo o argumento de que a polícia está desmotivada.
"Não tem por que ter desmotivação. Tivemos aumento principalmente contentando a base, que é o soldado e o cabo. A diária de alimentação subiu de R$ 280 para quase R$ 600", afirma.
Um fator que prejudica o policiamento, admite o coronel, é ter de deslocar grandes contingentes para protestos, que têm sido muitos.

FONTE: FOLHA

Acessado e disponível na Internet em 27/03/2014 no endereço - 
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/03/1431565-numero-de-prisoes-em-flagrante-cai-112-em-fevereiro-em-sao-paulo.shtml