DHPP indicia PMs acusados de matar homem que atacou Rota
05 de junho de 2013 | 8h 36
BÁRBARA FERREIRA SANTOS - Agência Estado
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) indiciou dois
policiais militares que efetuaram os disparos que mataram Frank Ligieiri Sons,
acusado em agosto de 2010 de atacar a tiros o quartel da Rondas Ostensivas
Tobias de Aguiar (Rota), na Luz, no centro de São Paulo. O inquérito foi
finalizado em 2 de abril.
Os militares indiciados são Sidney João do Nascimento e Jorge Inocêncio
Brunetto. Quatro PMs participaram da ação, mas apenas dois confessaram ter
atirado. Nascimento efetuou quatro disparos e Brunetto, dois. Sons morreu
atingido por duas balas. Os policiais foram indiciados porque, conforme o laudo
de reprodução simulada dos fatos, a versão apresentada por eles foi
inconsistente.
A descrição de onde estavam os atiradores, os locais de onde dispararam e a
análise dos vestígios constatados pela perícia divergiram das indicadas pelos
policiais militares. O DHPP, no inquérito, também não encontrou o coquetel
molotov que tinha sido apresentado para a apreensão. Não houve testemunhas do
atentado.
Telhada
Os tiros contra o quartel tinham sido dados um dia depois da tentativa de
assassinato contra o coronel Paulo Adriano Telhada, que na época comandava a
corporação e recebeu 11 disparos quando saía de sua casa. Telhada, que
atualmente é vereador na cidade, disse nesta terça-feira que o indiciamento dos
policiais não significa que sejam culpados ou que serão condenados. "Já fui
indiciado em centenas de casos e depois fui inocentado."
O vereador disse que o inquérito avançou muito pouco. "Eles não descobriram
nada", criticou. "Exame residuográfico negativo (quando não há pólvora nas mãos
do autor) não é prova de nada. A câmera na frente do batalhão estava quebrada
havia mais de dez anos. Se o coquetel molotov não apareceu, a culpa é dos
policiais que não apreenderam. Estão acusando a Rota injustamente." As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.